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quinta-feira, 31 de março de 2011

Serenata


"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo."


Cecília Meireles.

A felicidade é o que sempre buscamos na vida, às vezes a encontramos às vezes ela se esconde de nós, a felicidade é um estado do espírito e depende de qual for o momento. Há pessoas tristes e as felizes, mas isso não quer dizer que as pessoas tristes não sintam felicidades nem que as felizes não sintam tristezas.Deparei-me com varias situações de tristeza e de felicidade. Porém pude perceber várias coisas, ser triste nem sempre é ruim, as pessoas tristes geralmente costumam refletir mais sobre as coisas, as pessoas tristes geralmente são sensíveis ao mundo e enxergam-no de uma forma diferente, na tristeza encontramos a felicidade de uma forma mais profunda, não que a tristeza é melhor que a felicidade, ser feliz é uma virtude também, nem sempre as pessoas felizes são as mais ricas, as mais bonitas, muitas vezes são as mais sofridas, ser feliz é chorar também, ser feliz é se sentir desanimado em momentos difíceis.

domingo, 27 de março de 2011

A Flor e o Espinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha magoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'agua
Eu na sua vida já fui uma flor

Hoje sou espinho em seu amor

Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Que eu quero passar com a minha dor


Paulinho Moska

terça-feira, 22 de março de 2011


Às vezes, as coisas que você mais quer, não acontecem. E aquelas que você menos espera, acontecem. Eu não sei, você conhece milhares de pessoas e nenhuma delas te toca. E aí você conhece uma pessoa e a sua vida muda pra sempre.

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector ²