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terça-feira, 31 de maio de 2011

Ontem foi a primeira vez que eu senti culpa do meu vazio. Eu sei que não é você o cara que vai me amarrar num altar. Porque você é tão livre, você tem o mesmo espírito que eu. Eu preciso de alguém de pés no chão, porque sou mulher de vôo também. Eu, você, nós, temos os pés no céu e a cabeça mais longe ainda, como pode dar certo? Aí é que ta o x da questão. Se eu realmente quisesse poderia, talvez? Agüentaria eu, conviveria eu, com alguém tão parecido comigo? E você poderia, viajaria nessa, remaria junto entregue ao Deus-dará? Todas as frases que falam que os opostos se atraem, estão corretíssimas em sua infinita sabedoria. Porque é loucura demais ter alguém do lado do passageiro do carro tão igual a você. Tão sua cara. Tão seus ideais. E você repetindo o caminho todo pra gente pegar estrada e fugir pra nossa praia. E eu do lado passageiro do carro quase dizendo que sim, vamos, corra, me leva longe daqui, dessa cidade úmida, vazia – tão vazia quanto meu-eu. Nunca vou dizer isso a você. Nunca vou tomar a iniciativa de me despir da minha auto-suficiência e perguntar se você quer ficar mais um pouco, se você quer subir, conhecer minha mãe. Mesmo sabendo que você se despiria imediatamente da sua, também, auto-suficiência e diria – imediatamente – que sim. Subiria, conheceria. Aceitaria. Eu queria tanto aquele olhar de aceitação. Você queria tanto um sinal de fica. Eu não dara. Você também não. Confirmando a tese que duas cargas de mesmo sinal têm força de repulsão. Eu disse, por fim: Até mais. Você beijou minha testa como um sinal de: É, até mais."

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